sexta-feira, 23 de maio de 2008

A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade.

Queria muito falar de Sócrates, afinal ele é um dos mais lembrados quando se fala em folosofia ou pensamento. Mas como acabei de falar de Parmênides, vai ficar chato só falar de gregos antigos, quando se tem tantos figuras ilustres muito mais recentes, então vou tentar intercalar entre um antigo e um moderno. E se Sócrates é a vedete do pensamento antigo, então a vedete do pensamento moderno só pode ser ele, o bigode mais famoso da história, Nietzsche.

Tem muito para se falar deste cara, por isso não vai ficar só neste post, mais pra frente posso falar mais coisas dele, vamos então focar na idéia principal dele, e deixemos o contexto do mundo em que ele viveu e as situações pelas quais ele passou pra ter desenvolvido esse pensamento muito peculiar dele para uma próxima oportunidade.

Existe aquela frase célebre sempre atribuída a ele, mas que muitos afirmama que ele nunca a disse: Deus está morto. Está frase dá um ar muito pessimista para o pensamento dele, mas não é bem assim, o pensamento dele é um novo caminho para a felicidade, quebrando esses modelos tradicionais baseados na religião.

Tá vamos começar logo. Eu sou da corrente que acredita que Nietzsche é um niilista, ou seja, ele não acredita que exista Deus e que único responsável pelo homem é o próprio homem. Não existe um "ser superior" que ditou as regras, segundo as quais devemos seguir caso contrário seremos severamente castigados no pós-morte, tudo que o homem faz só depende dele mesmo, portanto, tudo é válido. Aquilo que você julga ser certo ou errado, moral ou imoral, ético ou não, bondoso ou cruel, isso tudo não passa de uma conveniência criada por um conjunto de homens de forma que aquilo se tornasse conveniente à maioria.

Exemplo: estamos aqui, eu e mais nove fazendeiros, nós meio que mandamos na aldeia, acontece que roubar comida ou dinheiro dos outros não é interessante, isso dá dinheiro a vagabundos que não produzem nada para a aldeia, então vamos definir que roubar é errado. Acontece que quando atacamos aldeias inimigas, podemos matar seus aldeõs ou escravizá-los, produzindo totalmente de graça, isso é interessante, então escravidão é certo. Pronto, criamos um conjunto de valores e vamos agora botar isso na cabeça das pessoas. O exemplo quis passar que qualquer conjunto de valores é criado por um conjunto de interesses, logo, o homem é que cria seus próprios conceitos do que é ou não permitido, do que é ou não é o Bem.

Esse exemplo é uma ótima deixa para falarmos do conceito de super-homem. Ah! E a gente já vai voltar na história do "Deus está morto", não precisamos ter pressa, afinal segundo o próprio Nietzsche, vivemos num Eterno Retorno mesmo...

O super-homem de Nietzsche (que nada tem a ver com o herói, por favor!) é um conceito introduzido em "Assim Falou Zarathustra", uma das suas grandes obras e leitura recomendada! O super-homem pode ser qualquer ser humano, é um humano que conseguiu atingir todo o seu poder, pois para Nietzsche a inclinação para o poder é a força que motiva os homens. Não o poder de mandar, desmandar ou de carregar montanhas, o poder que ele se refere são auto-harmonia, autocontrole e auto-realização. Significa ser amoral (estar acima do Bem e do Mal, mais que isso, eles não existem, são só uma convenção), não temer a nada superior a si mesmo, pois não existe nada acima dele e a capacidade de realizar em vida tudo que o faz se sentir bem e feliz. Isso significa quebrar todos os hábitos e regras impostos a nós pela nossa família, escola, religião e qualquer outra instituição pregadora de valores conveniente à maioria, isso significa romper nossos hábitos!

Para finalizar, vamos falar do Eterno Retorno, essa é muito boa, imagina que o mundo é uma sucessão infinita de fatos. Fatos esses que tem uma possibilidade finita de combinações, o número e a seqüência dos fatos são gigantescos um número muito maior do que se pode imaginar, mas ainda assim, finitos. Bem, mas se o tempo é infinito, então o tempo é infinitamente maior que o núemor de fatos, o que nos leva a conclusão que tudo que acontece conosco hoje, já aconteceu no passado infinitas vezes e acontecerá no futuro mais infinitas vezes, o mundo é um ciclo infinito de fatos se repentindo. Podemos concluir disso que a realidade não tem nenhuma finalidade, não existe uma resposta para "por que existimos?", como concluímos isso? Fácil, se existisse um objetivo, já teríamos alcançado, e se não alcançamos até agora, não vai ser repetindo infitas vezes a mesa coisa que vamos atingir alguma coisa. Se vivemos num mundo de alternância de fatos infinitos, repetidos e sem objetivo (cara, isso me deixa realmente pra baixo...), o que podemos fazer?

Ser feliz, aproveitar cada momento como se fosse o último, abandonar velhos valores que se tornanram convenientes à maioria e viver intensamente o que você snete que é melhor para você mesmo, experimentar, arriscar, ter prazer, felicidade, sentir-se bem com a própria consciência (que deve ser definida por você somente!), faça amigos, divirta-se com eles, conheça lugares, não guarde rancor, saiba perdoar, tenha em mente que quem manda na sua vida é você e é também o único responsável por torná-la melhor! Não seja julgado pelos outros. Afinal, ninguém aqui quer ser infeliz sucessivas vezes infinitamente!

Viu? Nietzsche não é tão deprê assim, só é preciso entendê-lo melhor. Eu prometi voltar a falar do "Deus está morto", mas acho que não precisa, de qualquer forma vou voltar a falar dele mesmo infinitas vezes aí no futuro ;-)

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