terça-feira, 20 de maio de 2008

Não acreditais nesses olhos estúpidos!

Não acreditais nesses olhos estúpidos. Não acrediteis no ouvido barulhento ou na língua, mas examinai tudo com a força do pensamento! Assim disse Parmênides de Eléia. Vou tentar explicar um pouquinho desse cara que né um dos meus pensadores dos quais sou grande fã, nada melhor do que um dos preferidos pra começar a blogagem né? Como vou tentar fazer em todos os posts, usarei uma linguagem bastante informal e tentarei aproximar da nossa realidade o pensamento de algumas pessaos muito importantes que já viveram no nosso mundo, tentarei deixar o texto acessível pra quem não entende nada de filosofia ou sente muita dificuldade em interpretar frases que nos dão nó na cabeça, como: Se deve dizer e pensar de algo que é: porque existe o ser, não entretanto o não-ser.

Não sou nenhum mestre da filosofia, nem mesmo fiz algum curso de filosofia, tudo que sei foi lendo alguns livros e artigos que me despertavam interesse, pode ser que eu até escreva alguma bobagem aqui, por isso sintam-se livres para comentar qualquer coisa escrita aqui, ou mesmo pedir melhor explicação. Quando você começa a entender a filosofia, você vicia, não pára mais, é compulsivo, quer saber mais e mais, não é a toa que filosofia significa "amor pelo conhecimento", num post eu explico como fui cair nesse buraco sem fundo...

Parmênides de Eléia (porque ele nasceu em Eléia) foi um dos membros da Escola Eleática (porque se situava em Eléia), isso quer dizer que, como todos os outros membros desta escola (posso até falar deles um dia desses), acreditavam no fundamento que o único conhecimento válido é aquele fornecido pela razão, ou seja, tudo aquilo que você adquire através do sentimento ou sensação, é pura enganação sobre o verdadeiro conhecimento, não que não seja um tipo de conhecimento, eu sei que se eu comer 4 maçãs eu vou ficar bem cheio, que se eu ficar em cima de uma táboa velha ela vai quebrar, mas se eu fizer isso na Lua ela pode não quebrar e que o fogo pode se apagar com água, mas isso não contribui em nada para descobrir a realidade das coisas. Agora quando eu uso a razão, quando e verifico que 2+2=4, quando eu percebo que meu peso na verdade é a massa do meu corpo multiplicado pela força da gravidade e que algo em combustão só se mantém se tiver oxigênio para reagir a sua volta, aí sim, estou pensando como os Eleatas (o pessoal da Escola Eleática).

Tá, mas a gente estava falando do Parmênides, o que foi de tão sensacional que ele pensou e falou na época pra continuar conhecido mesmo depois de 2500 anos (pois é, aquele seu tio morreu faz 10 anos e ninguém mais se lembra dele...): Parmênides sugeriu que tudo na existência é ser ou não-ser. O que não é, simplesmente não é... Explicando melhor, ou uma coisa existe ou não existe. Não parece muito, mas é.

Primeiro ele disse que tudo que existe é parte do Ser, esse Ser é uma coisa só, única, é a existência! O que não faz parte desse Ser único, faz parte do não-Ser, do nada.

Aí ele disse que o mundo sensível é uma ilusão, ou seja, tudo isso que olhamos, cheiramos, bebemos, comemos, tocamos, ouvimos, chutamos e beijamos não passa de uma ilusão, de uma enganação que nosso corpo nos transmite, pois tudo isso é uma coisa só, o Ser. Daqui a pouco vou deixar isso mais claro, mas antes vamos ver sua terceira afirmação.

O Ser é Uno, Eterno, Não-Gerado e Imutável. Ou seja, não existe transformação no Universo, é tudo imutável, o Ser é uma "foto".

Mas o que explica eu estar vendo aquela garota andar na rua? Você deve estar se perguntando, ora, você está acreditando nos seus olhos, logo, no mundo sensível. Não pensou com a razão. No mundo da razão existem duas esferas: o Ser que é tudo que existe (luz, calor, amor, vida, masculino (é, masculino, estamos falando de 500 a.C. e os gregos antigos eram uns viados lembra-se?)) e o não-Ser é a aus~encia do Ser (treva, frio, ódio, morte, feminino). Isso nos leva a pensar... o que me "iludiu" a pensar ter visto a menina andar? Alguma coisa aconteceu, sim! É, isso é o fenômeno do Vir-a-Ser, quando o Ser e o não-Ser se equilibram, o quente se torna frio, criando esta ilusão de que algo mudou no seu mundo sensível.

Bom, se o Ser é a única coisa que existe, logo, nada poderia tê-lo criado, senão existiriam 2 seres, e ele sempre existiu, afinal ninguém o criou, logo existe somente um Ser.

Ah, bem cansativo e parece algo meio óbvio (apesar de parecer ter falhas), mas esse pensamento todo do Parmêrnides não remete a gente a um outro pensamento? Ele é eterno, uno, perfeito tudo é ele, amor infinito, luz... a ausência d'Ele, é o ódio, a treva.... eu lembro de algo assim em algum lugar que existe até hoje. Mas Parm~enides viveu no ano 500 antes de Cristo. Só se... deixa pra lá. Isso fica para um outro post!!

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